domingo, 5 de setembro de 2010

Os gargalos evolutivos parte I

Particularmente sou bastante otimista ao nosso futuro. Otimismo, claro, dentro de nossas possibilidades por que a natureza humana é um poço sem fundo de defeitos e maldade. Deduzo até que só existimos por alguma ajuda externa seja de que natureza for.

Pode parecer exagero mas não é. Esqueça algumas bondades que se vê por ai além de todas as exceções.

A regra é clara, reagimos aos nossos interesses!

Temos enorme dificuldade de se preocupar com o próximo e quando preocupamos ele já não é mais o próximo e sim seu, sua posse. Sendo sua propriedade vc mata por ele e se o mesmo te desafia vc mata ele.

O ser humano teme a morte, conhece a dor, o sofrimento e as dificuldades. Mas não tem o menor remorso ou compaixão para o sofrimento alheio. Quando a sensibilidade o atinge é por estar numa situação nova, basta acostumar que mais nada sente. As vezes sente mais pelos animais do que pela própria espécie. Pode ser louvável, ao pensar no mal que fazemos a natureza. Mas é estranho pois somos completamente individualistas e de repente dotamos de preocupação alheia, mas no caso, para outra espécie. Ao mesmo tempo que somos solidários somos capazes das maiores covardias e digo isso dentro de um mesmo indivíduo.

Se não formos muito bem educados e doutrinados tendemos ao caos. Nesse contexto a evolução é inviável. Incrivelmente o mal sobressai sobre o bem. Somos maus por natureza e a sintonia fina para que ele não exploda é bem sutil. Sem regras rígidas e um adestramento eficiente, apenas a barbárie sobrevive.

As ambições humanas são sempre baseadas em como sobressair ao outro. É um amor bandido, amamos o outro mas apenas para satisfazer nossas necessidades não ouse superar-me, pois amor e ódio são sentimentos muito próximos.

Nossos lideres e mestres são os lideres dos nossos piores defeitos. Psicopatas que se tornam psicólogos e policiais. Educadores e padres pedófilos, médicos tarados, psiquiatras loucos. É o mal, por oportunismo, tentando fazer o que mais gosta. E como gosta tanto daquilo se torna sábio no que faz. Ironicamente criando coisas importantes dentro de cada departamento.

Os mais humildes o são pois sofreram em mãos arrogantes e por serem inseguros e terem baixa estima temem por serem julgados. Caso a estima seja alta se tornam tão ou mais arrogante que seus tutores.

Os mais belos são mais burros e quando são inteligentes é por baixa estima também. Os feios são poetas românticos, cavalheiros e bons samaritanos. Ja feios perversos, por natureza, se tornam crápulas da pior espécie, sendo seu prazer destruir a felicidade alheia. Bonitos perversos se tornam grandes lideres e desfrutadores dos melhores prazeres que o mundo oferece ao sabor, claro, da inveja alheia.

Como o fundo do poço tem alçapão, temos ainda a evolução da maldade, os psicopatas! Não são dotados de sentimentos por isso podem elaborar seus planos malignos sem preconceitos e com total destreza.

Não há limites, Madres Teresas em um lugar poderão se tornar assassinos cruéis em outros. Somos o mal encarnado na matéria reagindo a três situações. A índole genética; ao meio em que vivemos e a interpretação desse meio. Nosso comportamento é a interação desses três elementos.

Em uma discussão não se busca o consenso ou aprendizado mas sim a vitória sobre o oponente. Não precisamos dominar o assunto, caso o oponente domine basta atacar a pessoa, chame-o de prepotente e autoritário. Somos cegos para outras verdades, e quando não, surge bloqueio do EGO impedindo o reconhecimento do outro. Aliás, a situação é bem pior, somos capazes de invalidar uma vida produtiva e de boas condutas alheias por uma única conduta errada, sem ao menos avaliar os motivos.

Não vou me estender na maldade humana pois ela não tem fim. Mesmo por que pretendo defende-la a seguir.


Por tanto essa é nossa natureza e em sua essência não é possível mudá-la. Talvez muito a longo prazo através da seleção genética. Porém quando estamos num cenário adequado e regrado somos capazes de atitudes nobres e até altruístas.

A humanidade cresceu tentando atingir este cenário pois para seu conforto a paz/felicidade encaixaria nele e esta é nossa busca primordial.

Criamos mecanismos para que nossos defeitos fossem usados de maneira positiva para nós e por conseqüência a sociedade. Não precisamos destruir o próximo, podemos trocar coisas, dividir tarefas, proteger uns aos outros ou até mesmo termos alguém a quem comparar. Mesmo querendo o mal do semelhante somos obrigados a aceita-lo pois ele nos é útil para um determinado fim. E mesmo que não seja, também não podemos lhe fazer mal pois seriamos punidos.

Essa interação gera uma força que produz poder.O poder é a concentração de energia de determinado contexto e em mãos erradas podemos ir do ceu ao inferno. Por isso vemos grandes civilizações sucumbindo. Através da canalização energética do bem o poder acumulado cai em mãos erradas e assim o mal o usa ao seu bel prazer pondo tudo a perder num único golpe! E o que resta ao futuro são apenas conclusões de que toda aquela evolução nada mais foi que lobos na pele de cordeiro. E boas intenções passam a ser enterradas como malignas.

Retomando...Assim criada regras de interdependência partimos a explorar e roubar outros povos que até então não tínhamos vínculos. E dai novos problemas surgem pois eles têm os mesmos interesses que o nosso e assim guerras acontecem. Em busca do poder, glória e o máximo de lucro possível, o resultado é roubo e extermínio! Quando encontrado força compatível o melhor são acordos de trégua e paz. Neste último não há bondade mas sim por que é lucrativo para ambos os lados.

Veja que a busca é sempre o lucro pessoal e a partir daí vai abrangendo outras esferas, como família, comunidade, nação e mundo. A evolução nossa está em criar mecanismos para que ganhemos sem entrar em confronto. Teoricamente essa é a tendência. Podemos chegar até um momento que a corrupção desapareça. Mas não por que a natureza humana mudou e sim por que não há mais espaço para tal coisa. Não há mais crimes pois a certeza de punição será de 100%.

O mundo se torna divino e percebemos que podemos ser muito mais felizes respeitando o próximo e dedicando a valores mais nobres . Os atos de maldades poderão ser descarregados em outras coisas que não trará malefícios para terceiros. Somos facilmente condicionados e desejos cruéis por serem inviáveis passam a ser esquecidos causando a sensação de que não mais os temos.

Num cenário oposto de barbárie onde a diversão é torturar até a morte um rival, matar com um tiro na cabeça já é um grande ato de compaixão. Já num contexto de paz e fraternidade o mesmo o ato equivalente seria dar a própria vida pra salvar outrem.

Essa tendência positiva só é possível através de um adestramento completo de nós. Por isso as leis quando aplicadas ao capitalismo foi o melhor que criamos. As pessoas culpam o modelo mas não percebem que ele é um reflexo de nós e não há com ser diferente! Mudar o sistema é mudar o ser humano. A busca pela satisfação plena do EGO pessoal junto ao respeito as regras torna essa interação, na medida do possível, benéfica. E é apenas por isso que ainda existimos com espécie.

Mas como conseguimos, com tantas limitações chegar onde estamos?

Continuarei em breve...

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